A Pavorosa Ilusão

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A Pavorosa IllusãoAs Naes, humas j quebrram as algemas do despotismo, outras no tardaram a erguer o...
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Author: Bocage, Manuel Maria Barbosa du,1765-1805
Format: eBook
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Author: Bocage, Manuel Maria Barbosa du,1765-1805
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A Pavorosa Illusão

As Naes, humas j quebrram as algemas do despotismo, outras no tardaram a erguer o grito da Liberdade; porque, aquellas desesperram de se salvar, estas estam a beber as ultimas gotas do fel da tyrannia. Por toda a parte se alevantam os Povos contra a execravel imbecillidade dos reis e a maldita hypocrisia dos sacerdotes. To iniqua ha sido a crueldade dos principes e dos frades contra a especie humana, que esta se decidio em fim a sacudir, de viva fora, o jugo de ferro que por tantos seculos lhes havia pesado. He j tempo que ns Portuguezes conheamos a futilidade das illuses com que os nossos avs nos embalram. Risquemos para sempre da memoria esses ridiculos preconceitos de que nos fartou a superstio, com o perfido intuito de mais a seu salvo nos envilecer. Eia. Leamos com atteno a excellente Epistola do nosso grande poeta Bocage, que tanto abunda em salutares preceitos de moral sublime. Pavorosa illuso da eternidade, Terror dos vivos, carcere dos mortos, D'almas vs sonho vo, chamado inferno; Systema da politica oppressora, Freio, que a mo dos dspotas, dos bonzos Forjou para a boal credulidade; Dogma funesto, que o remorso arraigas Nos ternos coraes, e a paz lhe arrancas; Dogma funesto, detestavel crena Que envenenas delicias innocentes, Taes como aquellas que no co se fingem. Furias, cerastes, dragos, centimanos, Perpetua escurido, perpetua chamma; Incompativeis produces do engano, Do sempiterno horror terrivel quadro (S terrivel aos olhos da ignorancia) No, no me assombram tuas negras cres: Dos homens o pincel e a mo conheo. Trema de ouvir sacrilego ameao Quem de um Deos, quando quer, faz um tyranno. Trema a superstio; lagrimas, preces, Votos, suspiros, arquejando espalhe; Cosa as faces co'a terra, os peitos fira: Vergonhosa piedade, inutil venia. Espere s plantas do impostor sagrado, Q'ora os infernos abre, ora os ferrolha; Que as leis e propenses da natureza Eternas, immutaveis, necessarias, Chama espantosos, voluntarios crimes; Que as vidas paixes, que em si fomenta, Aborrece nos mais, nos mais fulmina; Que molesto jejum, roaz cilicio Com despotica voz carne arbtra; E nos ares traando a futil beno, Vai do gran'tribunal desenfadar-se Em sordido prazer, venaes delicias, Escandalo de amor, que d, no vende. Deus! no oppressor, no vingativo, No vibrando c'o a dextra o raio ardente Contra o suave instincto que nos dste; No carrancudo, rispido arrojando Sobre os mortaes a rispida sentena; A punio cruel, que excede o crime, At na opinio do cego escravo, Que te ama, que te incensa, e cr que s duro: Monstros de vis paixes, damnados peitos, Pungidos pelo sofrego interesse, Alto, impassivel numen, te attribuem A colera, a vingana, os vicios todos; Negros enxames, que lhe fervem n'alma. Quer sanhudo ministro dos altares Dourar o horror de barbaras cruezas; Cobrir de vo compacto e venerando, Atroz satisfao d'antiguos odios, Que a mira poem no estrago da innocencia: Ou quer manter asperrimo dominio, Que os vaivens da razo franqueia e nutre. Eil-o em sancto furor todo abrasado, Hirto o cabello, os olhos cr de fogo, A maldio na bcca, o fel na espuma; Eil-o cheio de um Deus tam mau como elle; Eil-o citando os horridos exemplos, Em que aterrada observa a phantasia Um Deus o algoz, a victima o seu povo. No sobr'olho o pavor, nas mos a morte, Involto em nuvens, em troves, em raios, D'Israel o tyranno omnipotente L brama do Sinai, l treme a terra. O torvo executor dos seus decretos, Hypocrita feroz, Moyss astuto Ouve o terrivel Deus, que assim troveja: "Vai, ministro fiel dos meus furores, Corre, va a vingar-me, e seja a raiva D'esfaimados lees menor que a tua. Meu poder, minhas foras te confio; Minha tocha invisivel te precede; Dos impios, dos ingratos, que me offendem Na rebelde cerviz o ferro ensopa. Extermina, destroe, reduz a cinzas Dam a frageis metaes, a deuses surdos. Sepulta as minhas victimas no inferno; E treme se a vingana me retardas." No lh'a retarda o rabido propheta. J corre, j vozeia, j diffunde Pelos brutos attonitos sequazes A peste do implacavel fanatismo. Armam-se, investem, rugem, ferem, matam. Que sanha, que furor, que atrocidade! Foge dos coraes a natureza. Os consortes, os paes, as mes, os filhos, Em honra do seu Deus consagram, tingem Abominosas mos no parricidio. Os campos de cadaveres se alastram; Susurra pela terra o sangue em rios. Ah! barbaro impostor, monstro sedento De crimes, de ais, de lagrimas, d'estragos, Serna o phrenesi, reprime as garras, E a torrente de horrores que derramas Para fundar o imperio dos tyrannos, Para deixar-lhe o feio e duro exemplo D'opprimir seus iguaes com ferreo jugo. No profanes, sacrilego, no manches Da eterna divindade o nome augusto. Esse, de quem te ostentas tam valido, He Deus, do teu furor, Deus do teu genio; Deus creado por ti, Deus necessario Aos tyrannos da terra, aos que te imitam, E quelles que no crem que Deus existe. N'este quadro fatal bem vs, Marilia, Que, em tenebrosos seculos involta, Desde aquelles crueis, nefandos tempos, Dolosa tradio correu aos nossos. Do corao, da ideia, ah! desarraiga De astutos mestres a fallaz doutrina, E de credulos paes preoccupados As chimeras, vises, phantasmas, sonhos. Ha Deus; mas Deus de paz, Deus de piedade, Deus de amor, pae dos homens, no flagello; Deus, que s nossas paixes deu ser, deu fogo; Que s no leva a bem o abuso d'ellas; Porque nossa existencia no se ajusta, Porque inda encurta mais a curta vida. Amor he lei do Eterno, he lei suave: As mais sam invenes; sam quasi todas Contrarias razo e natureza, Proprias ao bem de alguns, e ao mal de muitos. Natureza e razo jmais differem: Natureza e razo movem, conduzem A dar soccorro ao pallido indigente, A pr limite s lagrimas do afflicto, E a remir a innocencia consternada, Quando nos debeis, magoados pulsos Lhe roxea o vergo de vs algemas. Natureza e razo jmais approvam O abuso das paixes, aquella insania Que, pondo os homens a nivel dos brutos, Os infama, os deslustra, os desacorda. Quando a nossos iguaes, quando huns aos outros Traamos fero damno, injustos males, Em nossos coraes, em nossas mentes s, remorso! o precursor do crime; O castigo nos ds antes da culpa, Que s na execuo do crime existe; Pois no pde evitar-se o pensamento. He innocente a mo que se arrepende. No vem s d'um principio aces oppostas, Taes dimanam de um Deus, e taes do exemplo, Ou do cego furor, molestia d'alma. Cr pois, meu doce bem, meu doce encanto Que te anceiam phantasticos terrores, Prgados pelo ardil, pelo interesse S de infestos mortaes na voz, n'astucia. A bem da tyrannia est o inferno: Esse que pintam brathro de angustias Sera o galardo, sera o fructo Das suas vexaes, dos seus embustes, E no pena de amor, se inferno houvesse. Escuta o corao, Marilia bella, Escuta o corao, que te no mente; Mil vezes te dir; "Se a rigorosa, Carrancuda oppresso de um pae severo Te no deixa chegar ao caro amante Pelo perpetuo n que chamam sacro, Que o bonzo enganador teceu na ideia, Para tambem de amor dar leis ao mundo; Se obter no pdes a unio solemne, Que allucina os mortaes; porque te esquivas Da natural priso, do terno lao Que em lagrimas, em ais te estou pedindo? Reclama o teu poder e os teus direitos De justia despotica extorquidos. No chega aos coraes o jus paterno, Se a chamma da ternura os afogueia. Eia pois, do temor sacode o jugo, Acanhada donzella, e no teu pejo, Destra illudindo as vigilantes guardas, Pelas sombras da noite, a amor propicias, Demanda os braos do ancioso Elmano; Ao risonho prazer franqueia os lares. Consista o lao na unio das almas; Do ditoso hymeneu as venerandas, Caladas trevas testemunhas sejam; Seja ministro amor, a terra o templo, Pois que o templo do Eterno he toda a terra. Entrega-te depois aos teus transportes, Os oppressos desejos desaffoga, Mata o pejo importuno; incita, incita O que s de prazer merece o nome. Vers como, involvendo-se as vontades, Gostos iguaes se dam e se recebem. Do jubilo ha-de a fora amortecer-te; Do jubilo ha-de a fora aviventar-te: Sentirs suspirar, morrer o amante; Com os teus confundir os seus suspiros: Has-de morrer e reviver com elle. De tam alta ventura, ah! no te prives, Ah! no prives, insana, a quem te adora." Eis o que has-de escutar-lhe, doce amada! Se voz do corao no fores surda. De tuas perfeies enfeitiado, s preces que te envia eu uno as minhas. Ah! faze-me ditoso, e s ditosa. Amar he um dever alm de um gosto; Uma necessidade, no um crime Qual a impostura horrisona pregoa. Ceos no existem, no existe inferno. O premio da virtude he a virtude; He castigo do vicio o proprio vicio. ......Buy Now (To Read More)

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Ebook Number: 22614
Author: Bocage, Manuel Maria Barbosa du
Release Date: Sep 16, 2007
Format: eBook
Language: Portuguese

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