Bases para a unificação da ortografia que deve ser adoptada nas escolas e publicações oficiais

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Bases para a unificação da ortografia que deve ser adoptada nas escolas e publicações oficiais

Title: Bases para a unificao da ortografia que deve ser adoptada nas escolas e publicaes oficiais Author: Anonymous Release Date: March 20, 2009 [EBook #28364] Language: Portuguese Credits: Produced by Rita Farinha and the Online Distributed Proofreading Team at https://www.pgdp.net (This file was produced from images generously made available by National Library of Portugal (Biblioteca Nacional de Portugal).) Nota de editor: Devido existncia de erros tipogrficos neste texto, foram tomadas vrias decises quanto verso final. Em caso de dvida, a grafia foi mantida de acordo com o original. No final deste livro encontrar a lista de erros corrigidos. Rita Farinha (Mar. 2009) MINISTRIO DO INTERIOR direcogeral de instruco secundria, superior e especial 1. REPARTIO BASES PARA A UNIFICAO DA ORTOGRAFIA QUE DEVE SER ADOPTADA NAS ESCOLAS E PUBLICAES OFICIAIS RELATRIO DA COMISSO NOMEADA POR PORTARIA DE 15 DE FEVEREIRO DE 1911 NOVAMENTE REVISTO PELO RELATOR LISBOA IMPRENSA NACIONAL 1911 MINISTRIO DO INTERIOR direco geral de instruco secundria, superior e especial 1. REPARTIO BASES PARA A UNIFICAO DA ORTOGRAFIA QUE DEVE SER ADOPTADA NAS ESCOLAS E PUBLICAES OFICIAIS RELATRIO DA COMISSO NOMEADA POR PORTARIA DE 15 DE FEVEREIRO DE 1911 NOVAMENTE REVISTO PELO RELATOR PREO 50 RIS LISBOA IMPRENSA NACIONAL 1911 Imprensa Nacional de LisboaGabinete da Reviso.Ex.mo Sr.Julgo do meu dever chamar a ateno de V. Ex.a para o que passo a expor. As publicaes sadas da Imprensa Nacional, quer oficiais, quer de particulares, apresentam grafias diferentes, umas discutveis, outras porm grosseiras e vergonhosas. O prprio Dirio do Govrno, que deveria ter ortografia uniforme, emprega diversas, conforme o capricho de quem envia os originais, geralmente pessoas indoutas. Tais variedades de grafias trazem para a Imprensa no s descrdito mas tambm prejuzos pecunirios, porquanto a composio de todos os diplomas sados no Dirio tem de transitar para outras publicaes peridicas, tais como Boletins, Ordens, Separatas, etc., sofrendo ento cada um dsses diplomas mais emendas, ao sabor de quem tem de lhes fazer nova reviso. Tantas emendas, alm de estabelecerem confuso no espirito do compositor, avolumam de uma maneira assombrosa a despesa da composio, e impedem a rapidez na impresso pelo muito tempo que se perde a fazer alteraes. Com esta anarquia ortogrfica os compositores hesitam e cometem novos erros, e aos revisores se torna tambm impossvel fixar, para cada obra, as divergncias de tanta grafia. Urge, portanto, acabar com ste estado de cousas. Fcil me parece o remdio. Se cada qual se tem julgado at aqui com direito a impor a sua maneira de escrever, porque razo o Govrno da Repblica no ha de impor tambm a sua, e no que seu? Sujeite, pois, o Govrno a uma nica ortografia todas as publicaes oficiais ou por le subsidiadas. [4] E qual dever ser essa ortografia? Em meu entender dever adoptar-se a que no seu livro A Ortografia Nacional preconiza a maior autoridade no assunto, o doutssimo fillogo Gonalves Viana. Essa obra tem o aplauso de todos os que modernamente se tem dedicado ao estudo profundo da scincia da linguagem; e a ortografia simplificada defendida naquele livro j seguida por grande nmero de professores e escritores de valor, e adoptada em muitos livros escolares, revistas, etc. Desnecessrio se torna, pois, encarecer as vantagens da adopo de um nico sistema ortogrfico a quem, como V. Ex.a, de sobejo as conhece e aprecia. Pelo lado econmico tem a Imprensa muito a ganhar. Tampouco para desprezar o louvor que a V. Ex.a caber por contribuir, com a adopo da ortografia simplificada, para a maior facilidade no ensino da leitura da nossa bela lngua. Expondo, embora imperfeitamente, a minha opinio acrca do que julgo ser melhoramento de um dos servios da Imprensa, confio em que V. Ex.a se dignar tomar na devida considerao o alvitre que neste oficio ouso apresentar a V. Ex.a. Lisboa, 17 do Dezembro de 1910.Ex.mo Sr. Lus Carlos Guedes Derouet, Dignssimo Administrador Geral da Imprensa Nacional.Jos Antnio Dias Coelho, chefe do servio da reviso. Imprensa Nacional de LisboaAdministrao Geraln. 238.Tenho a honra de levar ao conhecimento de V. Ex.a o oficio que recebi do chefe do servio da reviso, relativamente necessidade de se adoptar uma ortografia uniforme nos trabalhos desta Imprensa e principalmente no Dirio ao Govrno. Estou perfeitamente de acrdo com as consideraes que faz o aludido funcionrio, pois que no pode nem deve continuar a anarquia que presentemente existe. Embora o problema ortogrfico no se resolva por completo de momento, pelo menos que nos trabalhos oficiais se mantenha a uniformidade. Chamo para o facto a devida ateno de V. Ex.a, certo de que o assunto lhe merecer toda a solicitude. Sade e Fraternidade. Lisboa, 14 de Janeiro de 1911.Ex.mo Sr. Director Geral da Instruo Secundria, Superior e Especial.O Administrador Geral, Lus Derouet. [5] Ministrio do InteriorDireco Geral da Instruo Secundria, Superior e Especial.1. Repartio.O Govrno Provisrio da Repblica Portuguesa, atendendo ao que lhe foi representado pelo Administrador Geral da Imprensa Nacional, no sentido de serem tomadas providncias tendentes a uniformizar a ortografia oficial, por forma a evitar que nas publicaes emanadas daquele estabelecimento do Estado continuem a adoptar-se, paralelamente, as mais desencontradas formas ortogrficas; Conformando-se com o parecer da seco permanente do Conselho Superior de Instruo Pblica: Manda, pelo Ministro do Interior, que seja nomeada uma comisso, composta de D. Carolina Michalis de Vasconcelos, Aniceto dos Reis Gonalves Vana, Antnio Cndido de Figueiredo, Francisco Adolfo Coelho e Jos Leite de Vasconcelos, encarregada de fixar as bases da ortografia que deve ser adoptada nas escolas e nos documentos e publicaes oficiais, e bem assim de organizar uma lista ou vocabulrio das palavras que possam oferecer qualquer dificuldade quanto maneira como devem ser escritas. Paos do Govrno da Repblica, em 15 de Fevereiro de 1911.O Ministro do Interior, Antnio Jos de Almeida. (Dirio do Govrno n. 39, de 17 de Fevereiro de 1911). Ministrio do InteriorDireco Geral da Instruo Secundria, Superior e Especial1. Repartio.Manda o Govrno Provisrio da Repblica Portuguesa, pelo Ministro do Interior, que comisso encarregada de uniformizar a ortografia oficial, nomeada por portaria de 15 de Fevereiro ltimo, sejam agregados os seguintes vogais: Dr. Antnio Jos Gonalves Guimares, Dr. Antnio Garcia Ribeiro de Vasconcelos, Augusto Epifnio da Silva Dias, Jlio Moreira, Jos Joaquim Nunes e Manuel Borges Grainha. Paos do Govrno da Repblica, em 16 de Maro de 1911.O Ministro do Interior, Antnio Jos de Almeida. (Dirio do Govrno n. 64, do 20 de Maro de 1911). Mistrio do InteriorDireco Geral da Instruo Secundria, Superior e Especial1. Repartio.Conformando-se com o parecer da comisso encarregada, por portaria de 15 de Fevereiro de 1911, de estabelecer as bases [6] para a unificao da ortografia que deve ser adoptada nas escolas e nos documentos e publicaes oficiais: Manda o Govrno da Repblica Portuguesa, pelo Ministro do Interior: 1. Que o relatrio da referida comisso seja publicado no Dirio do Govrno, devendo ser para o futuro adoptada em todas as escolas, e bem assim nos documentos e publicaes oficiais, a ortografia proposta pela comisso; 2. Que se d a tolerncia mxima de trs anos, a contar da data da publicao da presente portaria, para a conservao das grafias existentes nos livros didcticos actualmente em uso, a fim de no prejudicar os respectivos autores ou editores; 3. Que se promova a rpida organizao e publicao, pelo preo mais mdico possvel, de um vocabulrio ortogrfico e de uma cartilha, especialmente destinada a vulgarizar e exemplificar o sistema de ortografia adoptado; 4. Que a comisso nomeada por portaria de 15 de Fevereiro de 1911 continue em exerccio pelo tempo que se julgar conveniente, a fim de ser ouvida sobre quaisquer dvidas que se suscitem relativamente execuo da reforma proposta, podendo a referida comisso renir-se por iniciativa prpria, ou convocada pela Direco Geral da Instruo Secundria, Superior e Especial, por intermdio da qual sero feitas quaisquer reclamaes sbre o assunto. Paos do Govrno da Repblica, em 1 de Setembro de 1911.O Ministro do Interior, Antnio Jos de Almeida. (Dirio do Govrno n. 206, de 4 de Setembro de 1911). Ex.mo Sr. Ministro do Interior: A Comisso, nomeada por portaria de 15 de Fevereiro do corrente ano para fixar as bases da ortografia que deve ser adoptada nas escolas e nos documentos oficiais e outras publicaes feitas por conta do Estado, vem hoje apresentar a V. Ex.a os resultados do estudo a que procedeu, bem como as decises que, por grande maioria ou por unanimidade de votos dos indivduos que a compem, entendeu ser oportuno propor, tomando por elementos principais dessas decises a histria da lngua portuguesa, e a da sua escrita tradicional at poca muito recente. Logo na sesso inaugural, celebrada em 15 de Maro ltimo, julgou a Comisso que seria vantajoso para a absoluta independncia e imparcialidade das suas resolues, como corpo consultivo, propor a agregao de mais alguns conhecidos fillogos portugueses; e essa convenincia reconheceu-a V. Ex.a nomeando, por portaria de 16 do referido ms, alm dos indivduos j anteriormente nomeados, mais seis; ficando a Comisso composta de onze pessoas, uma das quais, porm, o Professor Augusto Epifnio da Silva Dias, se escusou, declinando o encargo. Ficou assim a Comisso constituda por dez membros, e, em razo de ser par ste nmero, teve o presidente eleito por ela de resolver com voto de desempate algumas questes de secundria importncia, em que divergiram as opinies, expressas depois de discusso por votaes diferentes, equivalentes em nmero. Quatro dos membros da Comisso, isto , a Sr.a D. Carolina [8] Michalis de Vasconcelos, que a Comisso elegeu Presidente honorria, os Drs. Antnio Jos Gonalves Guimares e Antnio Garcia Ribeiro de Vasconcelos, e o Professor Jlio Moreira, no puderam comparecer s sesses semanais, em razo de residirem longe de Lisboa, localidade em que a Comisso se reuniu: foram porm sempre consultados em todas as questes em que no houve unanimidade de votos por parte dos indivduos presentes; havendo sido os votos dsses ausentes tomados em considerao, e dando-se-lhes oportuno conhecimento das resolues adoptadas pelos membros presentes s sesses, que no foram mais amiudadas, porque outras funes oficiais dos membros da Comisso o no permitiram, e assim se explica a relativa morosidade dos seus trabalhos. Logo nas duas primeiras sesses foi unnime o parecer de, seguindo-se uma tendncia j manifestada no esprito pblico, se simplificarem as grafias correntes, entre si contraditrias, regularizando-as em obedincia ao princpio capital de simplificao. Por proposta, unnimemente aprovada, do Presidente adoptou-se para base da discusso o Questionrio ortogrfico em tempos apresentado por um dos seus membros Academia das Scincias de Lisboa, e pela mesma Academia mandado imprimir na sua tipografia, em 1902, com as respostas do autor dsse Questionrio, em um volume de 183 pginas, cujo ttulo As Ortografias Portuguesas. Esta obra foi ao depois reeditada pelo referido autor em outro volume, acrescentada e com maior cpia de abonaes e diferente economia de texto, volume que do conhecimento do pblico e se intitula Ortografia Nacional. Teve a Comisso igualmente em ateno o Vocabulrio Ortogrfico e Ortopico da Lngua Portuguesa, ainda do mesmo autor, impresso em Lisboa no ano passado, e no qual o sistema ortogrfico dsse autor se encontra larga e minuciosamente exemplificado. Pode le, com efeito, ser desde j utilizado, emquanto outro se no publique, em que as pequenas alteraes, que sofreram os princpios em que se baseou, sejam includas e atendidas de preferncia na seqncia alfabtica dos vocbulos. Poucas e de pequena importncia relativa foram as modificaes que a Comisso entendeu conveniente que se fizessem no sistema ortogrfico ali proposto e seguido, e essas foram adoptadas para que le ficasse mais em harmonia com modos de escrever que, conquanto menos conseqentes, se tornaram j, a bem dizer, habituais; e tais [9] modificaes em preceitos, que o autor daquelas obras defendera com razes histricas cuja valia a Comisso reconheceu, tiveram por causa o considerar a Comisso que alguns dles eram em demasia prematuros, e um ou outro j extemporneo, em virtude de usos ortogrficos radicados e que se no devem considerar absolutamente como erros scientficos. Teve pois a Comisso em ateno que a estranheza, que poderiam ocasionar no pblico certas innovaes ou renovaes grficas, no viesse prejudicar a aceitao dos demais preceitos, que parecero a todos exeqiveis. O autor, membro da Comisso, concordou com todas essas modificaes, e votou com a maioria da Comisso em todas elas. primeira espcie pertencem a manuteno do h inicial, de ge, gi, mediais de vocbulos, em concorrncia com je, ji, e todos os valores actuais dados letra x, que o mesmo autor reduzira a dois nicos, o inicial, como em xadrez, e o do prefixo ex- valendo por eis ou is, como em expor, exrcito, etc. Os preceitos da segunda espcie, que, se bem que perfeitamente motivados nas propostas do autor do Questionrio, a Comisso julgou j de h muito fora do uso comum, so principalmente o emprgo de inicial, e o do z final, com o valor actual de s, em slaba tona, que sobretudo figura na ltima slaba de muitos nomes patronmicos, como Gonlvez, Nnez, que presentemente se escrevem Gonalves, Nunes, com -es, em oposio sua etimologia, a desinncia latina ici, de genetivo. Esses nomes e vocbulos, como ourives, simples, mesquinho, continuaro pois a escrever-se com s final de slaba, na ortografia comum. Entendeu tambm a Comisso que seria inoportuno suprimir o s inicial do grupo sce, sci, que figura etimolgicamente em algumas palavras, tais como scincia, scetro, scptico, scelerado, scena, sciso, scisma e seus derivados e afins, principalmente, com relao ao primeiro dstes vocbulos, porque no sul de Portugal se profere sse s separado do c, em formas compostas, como prescincia, conscincia, inscincia, cnscio, etc. Comparem-se tambm en(s)cenao, e proscnio, com s proferido ste ltimo. Quais so as bases da ortografia portuguesa que a Comisso prope? Havia, logo desde o incio dos trabalhos, dois sistemas a que se atendesse, um dles a ortografia francesa, que, mais ou menos coerentemente se tem h certo tempo imitado em Portugal; o outro, as ortografias espanhola e italiana, [10] muito mais simples, racionais, lgicas e fceis de aprender, muito mais conformes com a evoluo natural e mesmo literria dsses idiomas, em muitos pontos anloga do portugus. O que radicalmente diferena a ortografia dsses dois idiomas oficiais, e bem assim as de outros congneres entre si, com les e com o nosso, falados quer em Espanha, quer em Itlia, a modificao da ortografia latina dos inmeros vocbulos gregos romanizados, para outras mais conformes com o valor das letras de tais vocbulos nessas lnguas modernas. Facilitando o ensino da leitura e da escrita, a Comisso julgou que j era tempo de se desterrarem por uma vez da escrita portuguesa, como h muito o esto da espanhola e da italiana, para no mencionar as de outros idiomas mais desviados do latim, os smbolos ph, th, rh, e y, por f, t, r, i, e o ch com o valor de k, o qual ficar substitudo por qu antes de e, i, e por c em qualquer outra situao, como se fz em castelhano. Com esta simplificao muito ganhar a lngua escrita e o seu aprendizado e exerccio, pois mais se aproximar da realidade dos factos constantes da sua pronncia, que aqueles estranhos smbolos disfaram, e ao mesmo passo se acercar das ortografias espanhola e italiana, consideradas universalmente, e por todos os fillogos, como das mais perfeitas entre as que adoptaram o abecedrio romano, e o apropriaram s convenincias nacionais. Com efeito, pode afoutamente dizer-se que a ortografia francesa e as actuais portuguesas que a imitam so escrita de eruditos e para eruditos, ou que presumem s-lo; as ortografias italiana e espanhola so escrita para todos os indivduos que nessas naes sabem ler e escrever. Deseja a Comisso que em Portugal acontea outro tanto, e nesse intuito se inspirou. Outra simplificao igualmente importante, que a Comisso sugere como absolutamente necessria, consiste na abolio de consoantes dobradas, as quais ficam reduzidas, como em castelhano, a simples, com excepo de rr, ss, mm, nn mediais, quando acusem diferena de pronunciao, o que se d, por exemplo, nos vocbulos cassa, carro, emmalar, ennovelar, comparados a casa, caro, emanar, enervar. Estas duas simplificaes, ss por si, acabam definitivamente com dois dos maiores tropeos com que se encontra estorvada a escrita nacional, e que j poucos defensores conscienciosos, conscientes e autorizados lograro [11] obter. Todos, ou qusi todos os que lem ou escrevem, aplaudiro de certo estas simplificaes h tanto tempo desejadas e sugeridas. Alm da inutilidade prtica, e mesmo terica, que oferece actualmente a duplicao de consoantes na escrita, como cc, dd, ff, gg, ll, mm, nn, pp, tt, outro estrvo apresentam ainda as nossas escritas, relativamente modernas, e consiste ste no emprgo de c ou p antes de t, formando os grupos ct, pt, e ainda p, c, como em producto, restricto, corrupto, escripto, assumpo, funco, etc., nos quais tanto o c como o p so de todo inteis para a pronunciao. A Comisso preceitua que essas letras escusadas desapaream da escrita portuguesa, onde vieram enxertar-se por influncia estranha. Casos, porm, h, e muitssimos, em que tais consoantes ou so ainda facultativamente proferidas, ou a sua influncia subsiste no valor das vogais a, e, o que as precedem, as quais, em vez de se obscurecerem, como de regra, nas slabas antetnicas, conservam os seus valores, relativamente , , , que tinham quando essas consoantes, hoje mudas, se proferiam. Dste modo, a Comisso entendeu ser de necessidade a conservao delas, quer quando a vogal, a, e ou o precedente tona, quer em vocbulos aparentados, quando tnica; por exemplo: direco, directo, aco, activo, acto, traco, tracto, excepo, exceptuar, excepto, adopo, adoptar, adopto, comparados estes ltimos vocbulos com opo, optar, opto, em que o p se profere. Com esta excepo aos princpios simplificadores que a Comisso observou no sistema ortogrfico que prope, conseguiu no demudar o aspecto de centenas de palavras relativamente modernas, mas de uso constante; e com tanto maior razo o fz, quanto certo que em muitas destas palavras as letras c e p por muitas pessoas so ainda proferidas, tais como faco, recepo, espectador, a par de espe(c)taculo, etc. Quanto ao g que precede m ou n, ou ainda outras letras, entendeu a Comisso dever elimin-lo nas palavras em que se no profere, como assinar, Incio, aumentar, Madalena, comparadas com designar, Agnelo, fragmento, o que j h quatro sculos Duarte Nunes do Lio aconselhara; s modernamente le a foi introduzido, quando se implantaram artificialmente entre ns ortografias servil e inconseqentemente etimolgicas, qusi todas por influncia da escrita francesa. Outro tanto acontece com damno, solemne, que se escrevero, como dantes, dano, solene. [12] Efectivamente, se na leitura de livros estrangeiros houvesse predominado em Portugal a de italianos ou espanhis, nunca tais complicaes ortogrficas se haveriam enraizado na escrita literria do idioma ptrio, avsso a tais arrebiques, e ao qual de toda a convenincia restituir a simplicidade e coerncia da antiga escrita. Outra feio essencial numa ortografia, que seja, quanto possvel, imagem dos fenmenos que se observam na linguagem falada, a regularizao da sua acentuao grfica, por meio da qual se diferencem palavras que se escrevam com as mesmas letras, mas tenham pronunciao e significao diversas; e ainda que seja por tal modo combinada e aplicada, que nenhuma dvida possa subsistir com relao a qual seja a slaba predominante de qualquer palavra ou forma, em idiomas em que, como acontece em portugus, a acentuao tnica pode afectar uma qualquer das trs slabas finais. Nesta condio muitssimo superior italiana usual a ortografia castelhana, que assinala sistemticamente com o acento agudo () todos os vocbulos esdrxulos e todos os terminados em consoante, se a slaba predominante a penltima, ou terminados em vogal, se ela a ltima. A Comisso atendeu a essa condio essencial da leitura, e suposto a no preceitue j como obrigatria em todos os casos em que seria necessria, aconselha-a e fixa-lhe as regras que a determinaro, quando rigorosamente empregada, como convir que o seja em todos os livros de ensino e consulta. Sabe a Comisso que esta parte da reforma ortogrfica ser aquela que maiores dificuldades encontrar na sua execuo, principalmente a acentuao distintiva de tantssimos homgrafos, como os que existem em portugus, muitos mais do que em castelhano, ou mesmo em italiano. Essas distines obrigaro quem escreve para o pblico a ser um tanto mais cauteloso na ortografia das palavras, do que usualmente o na actualidade. Em compensao, porm, o escritor j no ter futilidades etimolgicas a respeitar por costume, e o bom ensino da leitura em breve habituar as geraes novas acentuao rigorosa. No foi condescendncia com a inrcia que imperou no nimo da Comisso, ao deixar em certo modo facultativo, por emquanto, o uso pontual da acentuao grfica em todas as suas mincias, como o o da castelhana, e com a mais estrita coerncia; mas sim o reconhecimento de que as condies naturais do idioma portugus exigem que essa acentuao grfica seja muito mais copiosa e diferencial [13] do que o a castelhana, em si modelar na sua simplicidade. Na realidade, em castelhano no h a diferenar e, o fechados de e, o abertos, o que dispensa o uso do acento circunflexo nesse idioma, no qual no existe o considervel nmero de homgrafos que se observa em portugus; e alm disto no se do em castelhano os constantes acidentes de variao de valor em e, o, que no portugus se produzem e determinam um sem nmero de vocbulos entre si diferentes fonticamente, conquanto nas letras com que se escrevem sejam iguais, e que nenhum ouvido portugus confundir, como conveniente que a escrita os no confunda, tais como entrro, almo, substantivos, e entrro, almo, verbos; sbre, preposio e sbre, verbo; sde e sde; plo substantivo plo, verbo, a par de pelo (p'lu) contraco de per lo, preposio e artigo; pra, preposio, e pra, verbo; dmos, presente, e dmos, pretrito, etc. Nestes homgrafos, porm, para se evitar acentuao dispensvel, o que cumpre assinalar-se no e e no o o seu valor de , , visto que os nomes destas letras em portugus se proferem com vogais abertas, , , devendo pois considerar-se sse valor como o seu normal quando so tnicas. Por ste motivo, o que convm em tais homgrafos marcar-se com o acento circunflexo as vogais fechadas, omitindo-se o acento agudo em e e o abertos, e escrevendo-se portanto as palavras citadas, e outras anlogas, sbre e sobre, almo e almoo, entrro e enterro, sde e sede, plo, plo e pelo, pra e para, dmos e demos. E necessrio que plo, pra, plo sejam porm marcados com o acento agudo, pois as contraces pelo, polo (arcaica esta) e a preposio para so sempre tonas. A forma da 1. pessoa do plural do pretrito perfeito dos verbos em -ar, como louvmos, receber, o que j uso corrente, o acento agudo, para se diferenar da do presente, louvamos, por isso que o a antes de consoante nasal, normalmente fechado, isto , proferido , e a distino se observa em qusi todo o domnio portugus. Algumas consideraes consagrar ainda a Comisso ao sistema de acentuao grfica. Como j uso estabelecido, o acento agudo () o sinal, por excelncia, da slaba predominante de todo o vocbulo que no seja tono, com excepo de e, o fechados, que sero, aceitando-se o costume que em portugus se foi lentamente fixando, assinalados com o acento circunflexo (^). Fixa a Comisso o uso, mais ou menos vagamente [14] seguido, de marcar com outro acento disponvel, o grave (`), as vogais a, e, o, abertas, de slabas pretnicas, quando haja homgrafos a diferenar entre si. Nesta conformidade escrever-se ho: , contraco de a artigo e a preposio, de que se diferenar; quela, diferente de aquela; prgar, diverso de pregar; mlhada, e molhada, particpio femenino de molhar. Preceitua pois a Comisso que o acento grave indique o valor alfabtico das vogais a, e, i, o, u (, , , , ), e dste preceito se deduzem todas as aplicaes que d ao acento grave. Essas outras aplicaes so as seguintes: 1. Distinguir homgrafos, aquela, quela, pregar, prgar, quando a vogal distintiva seja tona; 2., marcar as vogaes a, e, o, abertas, em palavras que tenham dois acentos tnicos, o ltimo dos quais seja o predominante, como de regra em portugus, chapuzinho, avzinha, mzona; 3., dissolver ditongos tonos, samento, pasagem, sadar, a par de sada, pas, sade, em que i, u so tnicos; 4., diferenar o u proferido, dos grupos qu, gu, do u mudo dos mesmos grupos, freqente, comparado a quente, argir, comparado a seguir. Quando o u passe a ser tnico, o acento grave mudar-se h em agudo; ex.: argi, diferente de argi. Como a Comisso fixou que a subjuntiva fraca dos ditongos seja sempre escrita com i, u e nunca e, o intil o emprgo de qualquer sinal diacrtico nestas duas letras, para denotar que no formam ditongo com a vogal precedente, como em moeda, nefito, cooperar, etc. A escrita dos ditongos orais ser portanto a seguinte, na qual i, u, i, com a vogal dominante aberta, se diferenam de ei, eu, oi, em que ela fechada: ai (i, i), i, ei, i, oi, ui, au, u, eu, ou, iu, do que so exemplos estes vocbulos: pai, caiar, ris, reis, sis, sois (verbo), fui, pau, cu, seu, riu, levou. Preferu-se acentuar as vogais abertas de i, u, i, visto serem elas sempre tnicas; sse acento mudar-se h no grave, quando acidentalmente elas sejam em certo modo tonas, como em vuzinho, painizinhos, hericidade. Os dois valores da escrita ai (i e i) como em ensaio, ensaiar, desnecessrio acus-los, por isso que o ditongo i tono s se manifesta antes de vogal, pois quando tnico se escreve ei. No Formulrio de regras de ortografia, que a Comisso submete apreciao do Govrno, ficaro consignados os principais preceitos da acentuao escrita, que se encontram postos em prtica no Vocabulrio Ortogrfico, a [15] que j se referiu, e completamente expostos de pginas 155 a 200 da Ortografia Nacional, tambm j citada, a qual tem um copiosssimo ndice alfabtico e remissivo, que facilita a sua consulta nos casos duvidosos. Exemplos rigorosos dste sistema de acentuao oferece-os igualmente todo ste relatrio, bem como de toda a ortografia que se prope. Aludiu agora mesmo a Comisso distino, que mester deixar retratada na escrita, entre e e o fechados e e e o abertos, quando entre si distinguem inmeras palavras e formas gramaticais. Outra no menor dificuldade oferece a lngua portuguesa, comparada s suas congneres: a atonia de certas vogais, que adquirem timbres especiais, e lhe peculiar, s tendo paralelo na catal, e em muito menor grau, e de certo modo, na francesa e na provenal moderna, mas em qualquer delas sujeita a menor nmero de excepes. Neste ponto o portugus s comparvel, ainda que vagamente, ao ingls. Com efeito, ao a tnico, geralmente proferido , corresponde um a tono, qusi sempre surdo, ; ao ou tnicos, um o que se profere como u na grande maioria dos casos; ao ou , um e surdo tono, mais ou menos perceptvel na pronncia, conforme os sons com que est em contacto e lhe influem no timbre. Se sse e tono seguido de vogal, ou inicial de vocbulo, vale por i, ex.: veado, evitar; se se lhe segue consoante palatal, ch, x, j, s, lh, nh, equivale a i surdo, e com ste se confunde no falar usual e desafectado. Comparem-se, com efeito, entre si vocbulos tais como ferro, ferreiro; grlo, grelar; fecho, fechar; cereja, cerejeira; telha, telhado; desenho, desenhar; pesca, pescar, e pisco, piscar; esteira e histria; testar e distar; distinto, de distinguir; e destinto de destingir; atente-se igualmente na pronncia do vocbulo privilegiado que preveligiado, muitas vezes errneamente assim escrito, e ver-se h quanto difcil a nossa escrita. Por outra parte, e o ltimo vocbulo o comprova, numa seqncia de slabas, todas as quais tenham i por vogal antes da predominante, sse i escrito, quando tono, profere-se qusi sempre como e surdo, em pronncia desafectada. H excepes que as gramticas devem explicar. Desta srie de fenmenos, que tornam o portugus o mais delicado e interessante dos idiomas neo-latinos, originam-se constantes erros e hesitaes na sua escrita, a que no possvel obviar, a no ser por uma transcrio absolutamente fontica, a qual reproduza fielmente todos [16] sses acidentes, e que seria inadmissvel em ortografia corrente e usual, pois smente um ouvido exercitado e um tirocnio especial a poderiam aplicar. No se pense, portanto, que a fixao de uma ortografia regularizada e simplificada possa remover todas as dificuldades, sem um suficiente preparo gramatical, em que a derivao e formao das palavras, e os resultantes acidentes na variao dos sons que as compem, conforme a sua situao, hajam sido estudados. A consulta oportuna de um vocabulrio, como o j indicado, feito em harmonia com os preceitos estabelecidos, ser tambm indispensvel, no s em razo do emprgo de o ou u e tambm e ou i tonos, quer antes de consoante, quer antes de vogal, mas ainda com relao ao uso de ou ss mediais, de ce, ci, s(s)e, s(s)i, z ou s entre vogais, e quando finais, e em menor escala o de ch e x, de ge, gi ou je, ji. O Vocabulrio Ortogrfico indicado remove todas as dvidas, visto encontrar-se nele a etimologia dos vocbulos, quando necessria a essas distines ortogrficas, a comparao vocabular e formal com a ortografia denominada etimolgica, e a conjugao dos verbos, exemplificada em todas as suas diferentes modalidades. um livro que se pode considerar adequado ao perodo de transio, que h-de decorrer antes que se vulgarize a ortografia regularizada oficial. A Comisso no hesitou, respeitando a histria do idioma ptrio, as suas origens e a sua evoluo no tempo e no espao, em conservar a distino grfica entre e s(s), entre z e s mediais, psto que nenhuma diferena se observe j na sua pronncia do Mondego para o sul, e a distino se v obliterando cada vez mais nos centros urbanos das provncias do norte. A diferenciao grfica, conforme a sua origem, entre se, si, e ce, ci, iniciais, entre e ss mediais, bem como a que ainda dialectalmente subsiste entre z e s intervoclicos, ou x e ch ou e ou, pertencem histria da lngua, e a Comisso conserva-as, regulando-as com o maior rigor; pois ficaria em contradio com essa histria se, o que fra relativamente fcil, optasse por escrever sempre z entre vogais, e sempre s em finais de vocbulos; porque no seria licito, nem ningum lhe aceitaria, substituir ce, ci, , por s ou ss, em milhares de vocbulos e formas, que sempre se tem conservado diferentes na sua escrita, e com bons fundamentos. [17] Neste pressuposto, prescreve que ce, ci, , ou z final de vocbulos correspondam a ci, ti latinos, a ss arbicos; e s, ss a s ou ss latinos; e, por outra parte, que z corresponda a z, ou ce ou ci, ti latinos, ou a zz arbicos; s entre vogais, ou final, a s latino. Nos vocbulos de origem americana indgena ce, ci, so preferveis a s, seguindo-se nisso a escrita tradicional. Para quem no esteja preparado com umas noes, rudimentares que sejam, de latim, a consulta ao ......Buy Now (To Read More)

Product details

Ebook Number: 28364
Author: Anonymous
Release Date: Mar 20, 2009
Format: eBook
Language: Portuguese

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